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Este blog tem o intúito de informar aos leitores sobre fatos históricos da cidade de Crato do Estado do Ceará

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

HISTÓRIA DA CIDADE DO CRATO




A cidade do Crato, inicialmente chamada de Missão do Miranda, resultou de um movimento missionário dos Freis Capuchinhos de Recife, cujo objetivo era catequizar e civilizar os povos indígenas. Frei Carlos Maria de Ferrara, frade franciscano, italiano da ordem dos capuchinhos foi enviado para a missão a fim de trabalhar com os índios da Tribo Cariri. Cumpriu sua tarefa no período de 1730 a 1750. A igreja católica foi peça fundamental nos primórdios de Criação e desenvolvimento desta cidade, acelerada com a chegada de imigrantes da “ civilização do Couro”, vindos da Bahia, Sergipe e Pernambuco.

Em 03 de Dezembro de 1743, quando a Missão e o aldeamento já se encontravam em plena atividade, o capitão-mor Domingos Alves de Matos e sua mulher, assinaram a escritura de doação das terras para os índios. Ainda neste século, os índios foram manifestando hábitos acentuados de vida social disciplinada e foram reconhecidos como capazes de associar-se a brancos na administração do povoado. Desse modo o ouvidor do Ceará, Vitorino Pinto Soares Barbosa, conferiu personalidade política à povoação de Frei Carlos, atribuindo-lhes os foros de Vila em 21 de Junho de 1764. Nomeado Crato, pela Secretaria de Negócios ultramarinos, em homenagem à homonímia cidade portuguesa de Alentejo, obedecendo a determinação da metrópole que dava poderes ao ouvidor para fundar novas vilas no Ceará, com a recomendação de aplicar-lhes nomes de localidade lusitana.
O Capitão Francisco Gomes de Melo e o índio José Amorim foram os dois primeiros juízes ordinários nomeados. Isto provava que os índios tornavam-se aptos à colaborar na administração pública da vila, que já completara 25 anos. Foi fundado, então, um Corpo de Cavalaria sob o comando do Coronel Antônio Lopes de Andrade. Assim evoluiu no campo político a vila de Frei Carlos, elevada a categoria de cidade pela Lei Provincial nº 628, de 17 de Outubro de 1853.

O aumento abusivo dos impostos e da dominação política exercida pela Coroa Portuguesa no país, gerou insatisfação das províncias. Estas organizaram um movimento contra Dom Pedro I. A Revolução Pernambucana de 1817 lutava pela Independência do Brasil de Portugal. O ato espalhou-se por todo o Nordeste e chegou ao Crato. José Martiniano, após missa no púlpito da igreja da Sé catedral, proclamou a independência do Brasil no dia 03 de Maio de 1817. Foi apoiado por sua mãe; Bárbara de Alencar, e pelo irmão Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, que tinham ideais republicanos. Esta atitude deixou muitas personalidades influentes da época insatisfeitas; dentre elas Leandro Bezerra Monteiro, o mais importante latifundiário da região, católico e cheio de ideais monárquicos; mandou prende-los. Tristão Gonçalves, Bárbara de Alencar (aos 57 anos de idade) e José Martiniano são encontrados e presos em Jardim, em 05 de maio de 1817, pelo Capitão Mor José Pereira Filgueira, quando buscavam apoio do tio Leonel Pereira de Alencar, para a causa republicana. Enviados às masmorras de Fortaleza, depois para Salvador e Recife onde foram humilhados e torturados. Posteriormente receberam anistia da coroa e foram soltos.
Os presos políticos foram denominados de “Infames Cabeças”. Enviados para Icó, no Ceará, em seguida para Fortaleza; de lá transferidos para Recife, em Pernambuco e finalmente para a Bahia. Dentre eles estava D. Bárbara, a primeira mulher presa por motivos políticos no Brasil. Durante os três anos e meio que passou na prisão, D. Bárbara foi afastada de sua família, tratada com crueldade e submetida a diversos tipos de humilhações, porém nunca desistiu de seus ideais. Foi libertada em 1820. Veio à óbito em 1832, aos 72 anos, em na fazenda Touro, no Piauí.

Em 1824 Tristão Gonçalves, aderiu ao movimento da Confederação do Equador e foi aclamado pelos rebeldes presidente da Província do Ceará. Faleceu em combate com as forças contrárias ao movimento em 31 de outubro de 1825.
O Crato ficou dividido entre monarquista e republicanos. Merece destaque o monarquista que ordenou a prisão dos revolucionários: Capitão Joaquim Pinto Madeira, chefe político da Vila de Jardim. Com a renúncia de D. Pedro I em 07 de Abril de 1831, inimigos da monarquia aproveitaram para se vingar de Pinto Madeira, que, na ocasião, armou dois mil Jagunços, com ajuda do vigário de Jardim, Antônio Manuel de Sousa e invadiu o Crato em 1832. Sua tropa Começou vencendo a batalha, porém sucumbiu. Pinto Madeira e Padre Antonio foram presos e Enviados à Recife e ao Maranhão. Em 1834 Pinto Madeira foi condenado a forca, em Crato. Porém, alegando patente de coronel, morreu fuzilado.
Fechando um parêntese da história do cariri, faleceu em 15 de março de 1860, o Senador José Martiniano de Alencar, sem nunca ter desistido de lutar pelas causas republicanas.
Houveram muitos acontecimentos marcantes que marcaram a história do Crato. Dentre eles encontramos a saga do Caldeirão e do Beato José Lourenço. Mas esta já é uma outra história. ..

TEXTO: Evandro Rodrigues de Deus
Foto: Evandro Rodrigues de Deus

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